Apresentação do livro
A Verdadeira História do Bandido Maximiliano
de
Jacinto Rego de Almeida
Se Jacinto Rego de Almeida tivesse nascido noutro país, seria hoje um escritor com projecção internacional. Esta afirmação quase lapidar - embora obviamente merecedora de debate - encontra argumentos em seu favor com A Verdadeira História do Bandido Maximiliano, agora lançado, que é o seu quarto romance e o seu sétimo livro de ficção...
A boa história é aquela que nunca acaba, diz-se no livro, que aliás termina mesmo com esta frase. E porque haveria uma ficção de ter um final se os episódios que se encadeiam uns nos outros formando a vida não têm começo nem fim? Jacinto escreve então sem o que se entende por enredo, à maneira de Proust ou de Joyce? Não, pelo contrário - o enredo é quase tudo na obra dele, ou se quisermos os lances movimentados da vida, uns porque o são mesmo, outros porque somos levados a vė-tos assim...
O mundo de Jacinto, com o seu maravilhoso quotidiano e as suas histórias dentro de histórias à maneira de matrioskas literárias, é mais parente do de Xerazade, embora a inteligente esposa do sultão ficasse decerto surpreendidíssima se soubesse que estávamos aqui a falar dela...
Ler a obra de Jacinto Rego de Almeida, meditar um pouco na maneira como ele olha as coisas e deixar-se impregnar рею seu tom simultaneamente agreste e doce (um pouco como a voz do cantor Millinho, há quem se lembre?) é entrar num mundo paralelo ao nosso, ou se calhar mesmo nosso, embora muitas vezes nos recusemos a ver esta sua faceta tão desconfortavelmenle familiar. Ficam pois os mais distraídos convidados a virem conhecer de uma vez por todas e sem demora um dos bons escritores portugueses da atualidade. (Luís Almeida Martins, in JL)
Apresentação de Luísa Coelho,
na presença do autor
29 de Setembro de 2011, quinta-feira,
às 18,30 horas