Exposição
Milú Sacramento
ou o informalismo como desejo
Há perto de trinta anos que acompanho as experiencias estéticas da minha amiga Milú. Lembro-me que tudo começou com a poesia que lhe apareceu inesperadamente.
Não me habituei a caminhar
Por caminhos estreitos
Herdei o voo das aves
Na dança que cristaliza a vida e a morte
Pouco tempo depois começou a fazer colagens que não eram ilustrações dos poemas, mas construíam outro sinal que tinha que ser lido separadamente. Muitas das colagens eram aves, plantas, pequenos insectos e cada folha poética era um objecto único em que se auto questionava…
(Depois) … começou a tentar encontrar artesãos que executassem os seus desenhos quer em madeiras exóticas, quer em prata e pedras semipreciosas. Acabou por encontrar na Índia, que visita com frequência, os artistas que melhor recriam os seus objectos e jóias.
No seu atelier em casa, a artista começou a trabalhar com terras mergulhadas em tintas e colas a que adicionava objectos encontrados conseguindo assim pinturas informais.
O termo informal nasce do seu contexto sem forma visível. A pintura informal é auto-significante e desvaloriza o processo de criação. No geral, as pinturas caracterizam-se pelas pinceladas livre e pelas camadas espessas de tinta, com ou sem mistura de terras explorando as possibilidades expressivas da cor , da luz ou dos materiais não convencionais, isolados do seu contexto e revelado a estética pura na sua essência.
e grande beleza*
São estas terras informais que Milú Sacramento expõem nesta mostra. É beleza em estado puro.
(do texto do folheto a distribuir)
Victor Belém
Setembro de 2009
Sábado, 24 de Outubro de 2009,
às 18 horas