Uma Carta (inédita) do Japão de Wenceslau de Moraes
de
Jorge de Oliveira e Sousa
(Com textos de Pedro Baptista e de Eduardo Kol de Carvalho)
Partindo de uma carta de Wenceslau de Moraes a seu avô, o autor faz-nos uma apresentação da vida e pensamento do escritor, falecido em Tokushima …
Nessa madrugada do dia 1 de Julho de 1929 ter-se-ia levantado torturado pela sede e, tenteando na escuridão, tombara junto ao poço do casebre que habitava sozinho desde 1913. Ninguém acorrera junto do ancião solitário. Só no dia seguinte, quando as autoridades locais vieram constatar o sucedido, um vizinho marceneiro confessara ter ouvido gemidos vindos do pátio, mas não fizera caso. Assim findara o périplo de uma busca insatisfeita. Simbolicamente, o velho abatera-se junto de uma nascente que, como tantas outras, não lhe chegara a matar a sede. Wenceslau de Moraes perfazia 75 anos. Mas a sua voz inconfundível não cessaria de nos falar de um país encantado, através de um longo diálogo com a pátria que ele só habitava na memória. Vários livros, artigos avulsos e uma considerável correspondência são o testemunho desse diálogo."
Jorge de Oliveira e Sousa é doutorado em Ciências Políticas e Sociais pela UKLovaina. Foi funcionário da ONU e da EU e Professor do Colégio da Europa, Bruges e é actualmente Docente do Colégio Europeu de Parma, Itália. É autor de: La Stratégie des Mots – Contribution à une Théorie Pragmatico-Sémantique de la Négociation (Ed. Paix et Conflit, Bruxelas, 1977); em colaboração com Paul M.G.Levy, Une Paix pour Notre Temps (Ed Duculot, 1975); Paideia, poemas seguidos de dez cartas de Vergílio Ferreira ao autor (Ed. Minerva, Lisboa, 2002); Iceberg-textèmes (ed Orfeu, Bruxelas, 2005); Equidistância - poemas (Ed. autor, 2007); em colaboração, À Espera de Godinho – quando o futuro existia (Ed. Bizâncio, 2009). Vive actualmente entre Genebra, Bruxelas e o arquipélago de Turku (Finlândia).
Apresentação de José Morais
Sábado, 31 de Outubro de 2009,
às 18 horas